Consternado com a violência sofrida pelo sindicalista Germano Barreto e pelos 12 homicídios ocorridos na cidade de Feira de Santana no último final de semana, em discurso em sessão na Câmara dos Deputados nessa quinta-feira (13), o deputado Colbert Martins solicitou que o município feirense tenha atenção diferenciada por parte do Governo Estadual em torno da crise de violência e criminalidade a qual a cidade está acometida. O deputado citou o seu projeto de criação da Região Metropolitana de Feira de Santana como um possível mecanismo no trabalho de combate a esta prática.
Veja o discurso na íntegra:
“Trago uma preocupação a respeito de algo que aconteceu ontem na minha cidade, Feira de Santana: um dos diretores da Associação dos Professores Licenciados da Bahia, Germano Barreto, que participava de uma manifestação, foi atingido e teve que ser operado devido a uma fratura de nariz. A violência não pode ser sequer tolerada, mas combatida. Quem praticou um ato de violência desse tipo tem que ser identificado, para responder pelo que fez. Deixo aqui minha solidariedade pessoal e política a Germano Barreto. Neste momento, os professores da minha cidade encontram-se num movimento de greve, que pressupõe direito e respeito. Não podemos admitir nenhum tipo de violência como essa perpetrada contra o dirigente da APLB, em Feira de Santana, e desejamos que ele possa se recuperar o mais rápido possível após a cirurgia a que foi submetido ainda na tarde de ontem. Sr. Presidente, temos passado, em Feira de Santana, dificuldades importantes. A minha cidade é a segunda mais importante do Estado, há 580 mil habitantes. No último final de semana — sábado e domingo — ocorreram 12 homicídios. Houve 2 chacinas em São Paulo, com 11 mortos, mas em Feira de Santana ocorreram 12 homicídios em apenas em 2 dias. Com todo respeito, Feira de Santana é uma cidade que tem o dobro do tamanho de Ilhéus, de Itabuna, mas precisa ter um tratamento diferenciado. Estou cobrando do Governador do Estado esse tratamento diferenciado do qual precisamos, porque lá ocorre o dobro da violência que existe em Ilhéus, o triplo da violência que há em Itabuna, três ou quatro vezes mais violência do que em Vitória da Conquista, muito mais violenta do que Alagoinhas, do que Barreiras, do que Juazeiro, que são as maiores cidades do meu Estado. Feira de Santana precisa ter uma atenção completamente diferente. Estamos propondo a criação da Região Metropolitana de Feira de Santana, para que possamos, inclusive, ter uma atuação mais específica e mais forte da própria organização policial. Os bandidos têm um combate maior em Salvador e região metropolitana e, por isso, eles migram 100 quilômetros para atuar na nossa cidade. Portanto, a região metropolitana, que propus em 1994, já propus ao atual Governador, é um desses mecanismos. Há muito mais dinheiro e recursos para a região metropolitana do que para outras cidades, o que, para nós, em Feira de Santana, seria uma ajuda importante no combate ao crime. Esperamos, Sr. Presidente, que Feira de Santana tenha, por parte do Governo do Estado da Bahia, uma atenção respeitosamente diferenciada, porque a crise, a criminalidade e a violência estão muito fortes em nossa terra neste momento. Muito obrigado.”
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