Em entrevista ao blog Teia de Notícias, nesta quarta (17), o deputado Federal Colbert Martins (PMDB) falou sobre o atual cenário político baiano, eleições e candidatura do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Colbert conversou também sobre o seu desejo de se tornar prefeito de Feira de Santana (BA).
Leia a entrevista completa, feita pelo repórter Gusmão Neto.
Teia de Notícias: Para começar, qual é a sua avaliação sobre o atual cenário desta corrida eleitoral na Bahia?
Colbert Martins: Nesta eleição em que temos o atual governador Jaques Wagner, o ministro Geddel Vieira Lima (da Integração Nacional), o candidato do Democratas (Paulo Souto), além do PV (com Luiz Bassuma) haverá uma disputa eleitoral bem diferente da última em 2006. Naquela época houve uma clara polarização entre Wagner, apoiado por nós, e Paulo Souto. Também será a primeira eleição sem a participação de Antônio Carlos Magalhães, que é um fato extremamente novo e por isso eu acho que haverá comportamentos diferentes.
Teia: As pesquisas apontam o governador em primeiro lugar, seguido por Paulo Souto. Mas é notável que já existe uma certa polarização entre Wagner e Geddel. Em sua opinião, por que isso está ocorrendo?
CM: Olha, o PMDB e todos nós apoiamos a candidatura de Jaques Wagner em 2006 e no decorrer do tempo ocorreram mudanças de orientação, que acontecem em política naturalmente. O PMDB se afasta do governo e a partir disso há essa disputa, além de uma queda da presença do Democratas, não só na Bahia mas no Brasil como um todo. Também existe o fator que até já me referir aqui que é a ausência de ACM. Então eu vejo que as duas maiores forças nessa disputa são sem dúvida o PT e o PMDB.
Teia: Então já prevê um segundo turno composto por Geddel e Wagner?
CM: É, eu acredito que as eleições serão em dois turnos, tanto na campanha presidencial com Dilma Rousseff, que nós apoiamos, quanto aqui na Bahia. Isso acontecerá. Entendo, como os fatos que mostram, o crescimento do governador Wagner, mas eu sei que há um grande espaço de crescimento da candidatura de Geddel Vieira Lima.
Teia: Já está mesmo decidido que o empresário João Cavalcanti será o vice de Geddel?
CM: Eu acho que ele sendo o vice será uma boa escolha. Trata-se de um grande empresário, que não depende financeiramente de nada do governo do estado. Ele mesmo tem avisado que, se eleito, vai abrir mão do salário, até porque como ele diz, não precisa. Mas o mais importante é que ele tem muito a somar com a sua experiência de empresário do setor da mineração e a Bahia precisa, no meu entendimento, de uma nova forma de trabalho nessa área de mineração.
Teia: Algumas pessoas cogitam que ele vai até injetar dinheiro na campanha do PMDB?
CM: Eu acredito que ele deve investir sim. Se ele tem recurso, não vejo nada demais o financiamento próprio, até porque o PMDB terá a clareza de mostrar a origem desses recursos.
Teia: Vamos falar sobre a sua participação nesse desenho político. Colbert tem se mostrado um dos parlamentares baianos mais atuantes no Congresso Nacional. Você pleiteia uma vaga no Senado, através da chapa do seu partido?
CM: Não, eu sou candidato à reeleição. Nesse momento eu também sou presidente da Fundação Ulysses Guimarães, que é dedicada ao pensamento, evolução, criação de um novo programa partidário, além de outras ações do ponto de vista de pesquisa e análises. Eu entendo que aqui em Feira eu preciso manter esse mandato, se assim o povo quiser, até porque eu tenho investido muito, não só na Bahia como também em Feira de Santana.
Teia: Sobre o caso daquelas pichações que houveram na capital, em que diziam que a união de César Borges, Jaques Wagner e Otto Alencar resultava no ressurreição do falecido ACM. Você chegou a anunciar que o possível pai da obra seria o próprio Democratas, o que resultou em uma abertura de processo contra você. Como está esse caso?
CM: Na verdade eu não acusei ninguém de ter pichado, mas disse sim que o principal interessado como esse assunto é o DEM. As principais perdas que acontecem nesse momento são ex-carlistas e ex-soutistas que estão indo para o lado do PT, mas eu não fiz nenhuma acusação específica ou direta. Eu, inclusive, encontrei com deputado ACM Neto, em Brasília, e ele disse que não tinha lido essa declaração que fiz em um site sobre isso. Eu entendo que após ler a declaração, faça a mesma leitura que eu fiz, que é a questão do interesse. Agora, eu acho uma atitude arrogante você ameaçar alguma pessoa de processo antes de um diálogo. Esse tempo na Bahia já acabou.
Teia: Vamos direcionar o assunto para Feira de Santana. Como você avalia a gestão do prefeito Tarcízio Pimenta (DEM)?
CM: O atual prefeito tem uma conduta diferente do prefeito anterior. Ele mesmo já nos procurou em nosso gabinete em Brasília e pediu recursos para que possam ser aplicados em Feira. Eu mesmo já coloquei esses recursos e diferentemente de outras oportunidades o prefeito reconhece o trabalho que o deputado vem fazendo. Isso marca uma diferença muito grande e eu acredito que ele tenha contribuído para uma abertura política maior na cidade.
Teia: Antigamente vivia-se em Feira uma política extremamente esquerdista, tendo como um dos principais líderes seu pai (Colbert Martins). Hoje a situação é diferente, com um perfil voltado para a direita. Por que ocorreu essa modificação?
CM: São os ciclos que existem na política. Depois que meu pai foi prefeito nós tivemos algumas administrações que não foram feitas com seriedade, com exceção do ex-prefeito José Falcão, que faleceu com menos de 6 meses de mandato. Daí por diante foi um desastre para a cidade. Em seguida são 8 anos de gestão do PFL e hoje Democratas. Nesse período todo, nós tivemos um domínio do governo do estado. Essa situação só começa a mudar quando Jaques Wagner se elege governador, que permite uma oposição mais forte aqui em Feira.
Teia: Colbert Martins ainda sonha em ser o prefeito da cidade?
CM: O meu nome está colocado sim. Na verdade eu fiz quatro tentativas. Lula fez mais, ele tentou cinco vezes. De qualquer forma eu acredito que está na hora de avaliar com clareza o que está acontecendo e se houver alternativas, eu não terei nenhuma dificuldade em discutir. De qualquer maneira, o meu nome continua colocado e vamos tratar desse assunto em 2011 e 2012.
Teia: Qual é o detalhe que falta para que a sua candidatura emplaque de uma vez por todas?
CM: Nas minhas candidaturas para prefeito, nas circunstâncias eu enfrentei o ex-prefeito José Ronaldo por duas vezes, quando tive dificuldade em fazer com que as pessoas percebessem a necessidade de mudança. Nesta última agora, com o atual prefeito, eu também não pude colocar. Eu tenho em meu pai ainda um figura na qual as pessoas ainda percebem muito mais a sua presença do que a minha. Eu acho que talvez eu tenha que entender e respeitar que o grande nome que em nossa família pode contribuir foi o dele. Embora eu possa querer segui-lo, e eu o sigo sempre, as vezes as pessoas não sentem essa mudança. Eu tenho uma receptividade muito maior como parlamentar do que como executivo. Vou pensar nisso com calma e no momento certo vou decidir.
Teia: O que você espera de resultados concretos para o partido nessa eleição? A bancada do PMDB aumenta?
CM: Certamente, ela aumenta. Na coligação em 2006, nós fizemos 5 deputados federais. Agora eu acredito que elegeremos no mínimo 8 deputados. Além disso, o PMDB cresce também no Brasil como um todo. Atualmente, a bancada conta com 93 deputados em Brasília a expectativa está acima de 100 federais. Na Assembléia Legislativa da Bahia teremos de 12 a 14 deputados estaduais.
Leia a entrevista completa, feita pelo repórter Gusmão Neto.
Teia de Notícias: Para começar, qual é a sua avaliação sobre o atual cenário desta corrida eleitoral na Bahia?
Colbert Martins: Nesta eleição em que temos o atual governador Jaques Wagner, o ministro Geddel Vieira Lima (da Integração Nacional), o candidato do Democratas (Paulo Souto), além do PV (com Luiz Bassuma) haverá uma disputa eleitoral bem diferente da última em 2006. Naquela época houve uma clara polarização entre Wagner, apoiado por nós, e Paulo Souto. Também será a primeira eleição sem a participação de Antônio Carlos Magalhães, que é um fato extremamente novo e por isso eu acho que haverá comportamentos diferentes.
Teia: As pesquisas apontam o governador em primeiro lugar, seguido por Paulo Souto. Mas é notável que já existe uma certa polarização entre Wagner e Geddel. Em sua opinião, por que isso está ocorrendo?
CM: Olha, o PMDB e todos nós apoiamos a candidatura de Jaques Wagner em 2006 e no decorrer do tempo ocorreram mudanças de orientação, que acontecem em política naturalmente. O PMDB se afasta do governo e a partir disso há essa disputa, além de uma queda da presença do Democratas, não só na Bahia mas no Brasil como um todo. Também existe o fator que até já me referir aqui que é a ausência de ACM. Então eu vejo que as duas maiores forças nessa disputa são sem dúvida o PT e o PMDB.
Teia: Então já prevê um segundo turno composto por Geddel e Wagner?
CM: É, eu acredito que as eleições serão em dois turnos, tanto na campanha presidencial com Dilma Rousseff, que nós apoiamos, quanto aqui na Bahia. Isso acontecerá. Entendo, como os fatos que mostram, o crescimento do governador Wagner, mas eu sei que há um grande espaço de crescimento da candidatura de Geddel Vieira Lima.
Teia: Já está mesmo decidido que o empresário João Cavalcanti será o vice de Geddel?
CM: Eu acho que ele sendo o vice será uma boa escolha. Trata-se de um grande empresário, que não depende financeiramente de nada do governo do estado. Ele mesmo tem avisado que, se eleito, vai abrir mão do salário, até porque como ele diz, não precisa. Mas o mais importante é que ele tem muito a somar com a sua experiência de empresário do setor da mineração e a Bahia precisa, no meu entendimento, de uma nova forma de trabalho nessa área de mineração.
Teia: Algumas pessoas cogitam que ele vai até injetar dinheiro na campanha do PMDB?
CM: Eu acredito que ele deve investir sim. Se ele tem recurso, não vejo nada demais o financiamento próprio, até porque o PMDB terá a clareza de mostrar a origem desses recursos.
Teia: Vamos falar sobre a sua participação nesse desenho político. Colbert tem se mostrado um dos parlamentares baianos mais atuantes no Congresso Nacional. Você pleiteia uma vaga no Senado, através da chapa do seu partido?
CM: Não, eu sou candidato à reeleição. Nesse momento eu também sou presidente da Fundação Ulysses Guimarães, que é dedicada ao pensamento, evolução, criação de um novo programa partidário, além de outras ações do ponto de vista de pesquisa e análises. Eu entendo que aqui em Feira eu preciso manter esse mandato, se assim o povo quiser, até porque eu tenho investido muito, não só na Bahia como também em Feira de Santana.
Teia: Sobre o caso daquelas pichações que houveram na capital, em que diziam que a união de César Borges, Jaques Wagner e Otto Alencar resultava no ressurreição do falecido ACM. Você chegou a anunciar que o possível pai da obra seria o próprio Democratas, o que resultou em uma abertura de processo contra você. Como está esse caso?
CM: Na verdade eu não acusei ninguém de ter pichado, mas disse sim que o principal interessado como esse assunto é o DEM. As principais perdas que acontecem nesse momento são ex-carlistas e ex-soutistas que estão indo para o lado do PT, mas eu não fiz nenhuma acusação específica ou direta. Eu, inclusive, encontrei com deputado ACM Neto, em Brasília, e ele disse que não tinha lido essa declaração que fiz em um site sobre isso. Eu entendo que após ler a declaração, faça a mesma leitura que eu fiz, que é a questão do interesse. Agora, eu acho uma atitude arrogante você ameaçar alguma pessoa de processo antes de um diálogo. Esse tempo na Bahia já acabou.
Teia: Vamos direcionar o assunto para Feira de Santana. Como você avalia a gestão do prefeito Tarcízio Pimenta (DEM)?
CM: O atual prefeito tem uma conduta diferente do prefeito anterior. Ele mesmo já nos procurou em nosso gabinete em Brasília e pediu recursos para que possam ser aplicados em Feira. Eu mesmo já coloquei esses recursos e diferentemente de outras oportunidades o prefeito reconhece o trabalho que o deputado vem fazendo. Isso marca uma diferença muito grande e eu acredito que ele tenha contribuído para uma abertura política maior na cidade.
Teia: Antigamente vivia-se em Feira uma política extremamente esquerdista, tendo como um dos principais líderes seu pai (Colbert Martins). Hoje a situação é diferente, com um perfil voltado para a direita. Por que ocorreu essa modificação?
CM: São os ciclos que existem na política. Depois que meu pai foi prefeito nós tivemos algumas administrações que não foram feitas com seriedade, com exceção do ex-prefeito José Falcão, que faleceu com menos de 6 meses de mandato. Daí por diante foi um desastre para a cidade. Em seguida são 8 anos de gestão do PFL e hoje Democratas. Nesse período todo, nós tivemos um domínio do governo do estado. Essa situação só começa a mudar quando Jaques Wagner se elege governador, que permite uma oposição mais forte aqui em Feira.
Teia: Colbert Martins ainda sonha em ser o prefeito da cidade?
CM: O meu nome está colocado sim. Na verdade eu fiz quatro tentativas. Lula fez mais, ele tentou cinco vezes. De qualquer forma eu acredito que está na hora de avaliar com clareza o que está acontecendo e se houver alternativas, eu não terei nenhuma dificuldade em discutir. De qualquer maneira, o meu nome continua colocado e vamos tratar desse assunto em 2011 e 2012.
Teia: Qual é o detalhe que falta para que a sua candidatura emplaque de uma vez por todas?
CM: Nas minhas candidaturas para prefeito, nas circunstâncias eu enfrentei o ex-prefeito José Ronaldo por duas vezes, quando tive dificuldade em fazer com que as pessoas percebessem a necessidade de mudança. Nesta última agora, com o atual prefeito, eu também não pude colocar. Eu tenho em meu pai ainda um figura na qual as pessoas ainda percebem muito mais a sua presença do que a minha. Eu acho que talvez eu tenha que entender e respeitar que o grande nome que em nossa família pode contribuir foi o dele. Embora eu possa querer segui-lo, e eu o sigo sempre, as vezes as pessoas não sentem essa mudança. Eu tenho uma receptividade muito maior como parlamentar do que como executivo. Vou pensar nisso com calma e no momento certo vou decidir.
Teia: O que você espera de resultados concretos para o partido nessa eleição? A bancada do PMDB aumenta?
CM: Certamente, ela aumenta. Na coligação em 2006, nós fizemos 5 deputados federais. Agora eu acredito que elegeremos no mínimo 8 deputados. Além disso, o PMDB cresce também no Brasil como um todo. Atualmente, a bancada conta com 93 deputados em Brasília a expectativa está acima de 100 federais. Na Assembléia Legislativa da Bahia teremos de 12 a 14 deputados estaduais.
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