POR ADILSON SIMAS
Esta sexta-feira, 7, lembra o falecimento de Colbert Martins da Silva, ocorrido há quatorze anos, na manhã de segunda-feira, 7 de novembro de 1994. A Feira perdia o homem público mais popular de sua história e que soube ser grande tanto no legislativo como no executivo.
Caso único na política local, Colbert disputou seis eleições e venceu todas. Foi eleito vereador em 1954, 1958 e 1962; deputado em 1982 e 1986 e prefeito em 1976 e 1988. No poder executivo foi também o primeiro secretário de Viação e Obras Públicas de Feira (1963) e Diretor da autarquia Surfeira (1973).
A noticia de sua morte abalou a cidade. Todos – correligionários, aliados e mesmo os adversários – muitos não contendo as lágrimas, lamentaram a grande perda. Único diário da cidade, o extinto jornal “Feira Hoje” colocou editorial na primeira página:
-“Doutor Colbert, em todo tempo de sua vida, que o feirense perde impiedosa e muito, mas muito prematuramente, se dedicou às causas mais nobres deste povo necessitado. Homem querido das classes mais carentes, que tanto procurou ajudar”, para assim concluir:
- “A morte revela e acentua grandiosidades e virtudes dos homens que souberam viver e amar a vida e enfrentaram desafios com coragem. Como Colbert era muito grandioso na política e em sua dedicação a Feira de Santana, a alma dele cresce ainda mais quando seu corpo perece”.
A edição que circulou um dia depois do sepultamento dedicou várias páginas, com matérias cujos títulos testemunhavam a grandeza do saudoso prefeito. Já na capa, como manchete principal, o jornal estampou: “Povo de Feira nunca sentiu tanto”, vindo na seqüência, “Sepultamento de Colbert foi o maior da história”, “A cidade parou para dizer adeus a Colbert”, “Tragédia ganhou repercussão em toda a imprensa”, entre outras.
Em Brasília sob cuidados médicos, o líder Chico Pinto, companheiro de Colbert durante quatro décadas e que quando prefeito nomeou o eleito vereador Colbert, em 1963, Secretário de Viação e Obras Públicas, escreveu a família: “Recebi a trágica notícia que sobre mim se abateu como um raio: Colbert faleceu”.
Na carta endereçada a Dona Beth, Pinto já afastado das disputas eleitorais sentenciou: “Neste momento dolorido, creia, que relembrei e reconstituir todo o passado e, aqui, de longe, na solidão da noite, choramos juntos”.
Apenas uma escolinha na zona rural e uma via pública na sede ganharam o nome de Colbert, ele mesmo contrário se fazer homenagens àqueles que estão no poder. Nascido em Macajuba, nos anos 80, por exemplo, aconselhou o vereador Otaviano Campos não prosseguir a idéia de condecorá-lo com o titulo de Cidadão Feirense, explicando: “Já sou feirense”.
Este ano, sem mais poder evitar, a câmara instituiu a Comenda Colbert Martins para homenagear maçons com relevantes serviços a cidade. Assim como o próprio Colbert, que depois de presidir duas vezes a loja “Luz e Fraternidade”, se uniu a Eduardo Motta, Anibal Vasconcelos, José Ribeiro, Vivi Brito e outro e construiu a Escola João da Escócia para a felicidade das crianças de Queimadinhas e adjacência.
Passados quatorze anos de sua morte, recordo o prefeito Colbert mantendo aberta a porta do seu gabinete. Aberta para os repórteres, representantes de entidades, clubes, associações, mas aberta principalmente para o cidadão comum. Confessava que não gostava, não lhe fazia bem, ser informado que o povo estava fazendo vila para falar com o prefeito, por isso o gabinete escancarado. Não pode, entretanto, evitar que o mesmo povo fizesse filas quilométricas para chorar junto ao seu corpo velado no saguão da prefeitura.
Recordo, por ultimo, o deputado Colbert de novo eleito prefeito, pedindo que eu fosse Assembléia devolver tiques de gasolina explicando: “Não sou mais deputado, não posso mais usá-los” e o susto da funcionária Alicéia quando cheguei com a devolução: “Não é possível, isso nunca aconteceu aqui...”
Esse Colbert, seja o cidadão, seja o homem público, a Feira não esquecerá jamais...
Esse Colbert, seja o cidadão, seja o homem público, a Feira não esquecerá jamais...
Em sua homenagem haverá missa nesta sexta (07), às 17 horas, na Catedral de Santana.
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